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terça-feira, 10 de março de 2009

Liderança de sete anos sob ameaça alerta a Fiat

9 de Março de 2009 - A Fiat, que durante sete anos reinou absoluta no mercado doméstico, viu em fevereiro a Volkswagen assumir a liderança de vendas de automóveis no Brasil. Mas a montadora italiana não vai vender barato o posto de primeira no ranking do País.

O presidente da Fiat Automóveis, Cledorvino Belini, disse que a empresa esta focada nas vendas a varejo e fará todas as ações para melhorar a performance da montadora no mercado interno.

Ele, que durante a apresentação da versão turbo do Punto, disse que a Fiat não estava preocupada com a liderança no mercado e sim em liderança nos resultados se viu questionado pelo seu principal executivo comercial, Lélio Ramos, que, em tom de brincadeira, disse:
"Mas sou cobrado todos os dias sobre a liderança de vendas", ressaltou Ramos. Em resposta Belini afirmou: "Mas essa é a minha função".

Funções à parte, a Fiat realmente está preocupada com a ascensão da Volks no mercado de automóveis no Brasil. A montadora logo se apressou em retomar o ritmo de produção e ajustar seus estoques, motivo apontado pelos executivos para a perda da liderança para a rival alemã.
"Esperava-se uma crise muito maior, e isso não ocorreu. O governo interveio, com o estimulo ao crédito e a redução do Imposto sobre Produtos Industrializado (IPI) e aconteceu uma reviravolta. Não esperávamos tão rapidamente esta melhora. Nossos estoques estavam baixos, ao contrário da concorrência que tinha um nível melhor quando o mercado começou a recuperar", explicou Lélio Ramos.

Segundo a Fiat, os estoques dos modelos campeões de venda, Palio e Uno Mille, estavam com nível de 4 mil e 3 mil unidades respectivamente. "Sempre queremos crescer, mas sem nos esquecermos de que a concorrência também está ai preparada da mesma forma que a Fiat. Mas é bom ressaltar que não faremos loucuras para conquistar a liderança a todo custo. Nisso somos responsáveis. O que mais nos interessa é a liderança nas vendas aliada aos bons resultados da companhia. Esse é o nosso objetivo", disse Belini .

"Nós fomos muito rápidos nos ajustes de produção e a expectativa para março é de vendas melhores que em fevereiro", disse Belini. Segundo ele, até o final de março a empresa deverá produzir 3 mil unidades por dia, mesmo ritmo de produção de setembro do ano passado. Em dezembro, no auge da crise econômica mundial, a montadora produzia cerca de mil veículos diariamente. Hoje, a Fiat fabrica cerca de 2,6 mil unidades por dia na fábrica de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. "À medida que o mercado retome, vamos fazer os ajustes necessários. Temos para gastar um banco de 1 milhão de horas e já estamos trabalhando aos sábados", ressaltou Belini.

O presidente da Fiat, no entanto, não estima um mercado melhor sem a prorrogação da isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) prevista para acabar no dia 31 de março. "Isso é uma decisão de governo e do setor. Mas este mercado de hoje não se sustenta sem a redução do IPI", disse Belini. "Eu sou otimista por natureza e espero uma decisão acertada do governo. Se isso não acontecer eu vou ficar triste".

Belini afirmou ainda que, a proposta do governo de prorrogar a isenção do imposto com a contrapartida de manutenção dos empregos no setor, será válida realmente se o mercado se sustentar. "A melhor lei que temos é a lei do mercado. Com vendas em um patamar aceitável os empregos são mantidos", ressaltou Belini que administra uma empresa que emprega 15 mil funcionários diretos em Betim.

Além da manutenção da isenção do IPI, Belini afirmou que outra medida que poderá estimular ainda mais as vendas no mercado interno é a redução da taxa de juros praticada hoje no País. "A questão dos juros é muito importante para estimular as vendas", afirmou o executivo, ressaltando que o ideal é uma taxa de 10% ao ano. "O que eu quero é mercado. A confiança do consumidor restaurada, menor carga tributária e juros baixos tudo isso é que faz um mercado grande", disse Belini.

Exportação retomada
Quanto às exportações, a Fiat, segundo Belini, espera que as vendas externas este ano cheguem a 70 mil unidades. Em 2008, a montadora exportou 78.221 veículos principalmente para países latinos. "O mercado externo foi muito afetado pela crise e isso dificulta as exportações. Temos que trabalhar muito para mantermos os mercados já conquistados. Esta semana mesmo irei para a Colômbia, país que voltaremos a atuar depois de muito tempo", afirmou o principal executivo da Fiat.
Investimentos
Belini reafirmou que os investimentos programados de R$ 5 bilhões até 2010 estão mantidos. "Os recursos para novos produtos, pesquisa e desenvolvimento estão mantidos. Precisamos ter carros que o mercado deseje. É isso que garante a manutenção de nossa participação", disse Belini.

A Fiat para aumentar o seu portfólio de produtos, segundo o executivo, deverá trazer já no segundo semestre deste ano, o sucesso de vendas da montadora na Europa, o Fiat 500. "É um produto de nicho e acreditamos que será sucesso também aqui no Brasil e isso vai reforçar a força da marca no mercado brasileiro".
(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 1)(Ana Paula Machado e Durval Guimarães)
09/03 - 00:51

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